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DESACELERAÇÃO (2016)

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Assim como um dia já tivemos horror ao vácuo, hoje sentimos repugnância ao pensar na desaceleração, no regresso, no recuo, na limitação, na frenagem, no decrescimento, na descida – na suficiência.Qualquer coisa que lembre algum desses movimentos em busca de uma suficiência intensiva de mundo (...) é prontamente acusada de localismo ingênuo, primitivismo, irracionalismo, má consciência, sentimento de culpa, ou mesmo, sem rebuços, de pendores fascizantes. .... 

DANOWSKI, Déborah; VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Há um mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. Florianópolis: Cultura e Barbárie : Instituto Socioambiental. 2014, p. 157.

Desaceleração, 2016. (detalhes). As imagens ao lado direito datam da montagem do trabalho em 2016, as imagens ao lado esquerdo são de 2020, após praticamente quatro anos lacrado. Imagens da artista.

Desaceleração (2016) é um micro ecossistema autossustentável que alude às relações de consumo/desperdício versus Natureza/recursos renováveis. É constituído por plantas, pedras, terra e conchas. Trata-se de um sistema autossustentável porque a água evapora e, quando condensa, goteja nas plantinhas e não recebe nenhum tipo de cuidado ou intervenção. As plantas ao morrerem adubam a terra e nutrem o crescimento de outras plantas. Portanto, aquilo que é produzido ali é consumido, num ciclo de auto manutenção. Além do equilíbrio, o trabalho permeia o essencial, o suficiente. Não há perdas, nem desperdícios, nada é supérfluo nem desnecessário. Dessa maneira, busca-se uma suficiência...

Desaceleração (2016) foi montado em 2016 e permanece em processo até hoje. Num ambiente lacrado, isolado e, basicamente, independe das condições climáticas do exterior, os recursos hídricos são autogerados, assim como, os próprios nutrientes que provém da decomposição dos elementos naturais presentes.

Ficha técnica:
Desaceleração, 2016
Objeto
Aquário de vidro, pedras, cascalho, plantas, conchas, terra, húmus de minhoca e carvão. 27 x 15 x 30 cm.
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